Pensar Bilíngue – Diários de uma Escritora

por | ago 4, 2012 | Humor, Sei lá, Sem categoria

Aqueles momentos em que você está lá, pensando em coisas randômicas, quando PUF… você percebe que começou a pensar bilíngue e nem havia percebido…

Tem curiosas vezes em que aquelas pessoas que já aprenderam alguma língua estrangeira se pegam pensando nessa língua (o bilíngue coloquei, porque “Pensar Poliglotamente” fica meio feio), e com tanta naturalidade que só vão perceber BEM depois…

Num testemunho pessoal, como estudei muuuitos anos de inglês(essa frase num sentido de comecei nova, não porque sou um gênio hahaha), às vezes a gente se pega pensando nessa outra língua. Pode ser inglês, espanhol, japonês, chinês (mandarim agora está na moda…), russo… sei lá. Tanto faz a língua, a questão é que isso acontece direto.

Você começa a pensar nessa língua, um pensar bilíngue, e só se toca bem depois. Isso pode significar que seu curso de idioma anda muito bem… MAS… pode gerar um problema que ocorre muito com minha pessoa.

Às vezes, quando se é escritor… mentira. Sempre. Quando se é escritor a inspiração de alguma cena pode aparecer do nada, você está andando na rua e a ideia surge, você está amarrando seu sapato e um diálogo entre dois personagens que até então nem existiam começa e você corre pro papel escrever sobre isso, já até falei aqui sobre a necessidade de carregar um caderninho, mas até aí nada novo. Todos aqui já devem até ter enjoado de tanto que falo sobre isso. SÓ QUE!

Ocorrem situações diversas, por exemplo quando você une esses momentos em que se está pensando bilíngue e surge aquele diálogo genial ou hilário ou bom ou razoável e ele está em outra língua.

Você imaginou a cena mais legal da sua vida e ela traduzida não tem o mesmo efeito… Acontece. É um momento muito estranho, mas acontece. E o pior é pensar que ele fica melhor nesse outro idioma e não poder fazer nada em relação a isso, afinal, escrever o livro inteiro nesse outro idioma ainda não é uma opção… então você vai lá e escreve no caderninho daquele jeito mesmo. Vai que um dia surge outra inspiração sobre a tradução daquela cena? Ou você é convidado a escrever algo naquele idioma?
A esperança é a última que morre. não? HAHA

Meu caderno fica cheio de anotações nas duas línguas, algumas mais ou menos, algumas realmente legais, outras pareceram legais na hora, mas vai que um dia voltam a se encaixar em alguma história por aí, a questão é que esse pensar bilíngue é um fato na vida de muitos estudantes de línguas, coletei essa informação do IBGE de amigos por aí e até dá problemas quando surge aquela piada do além e você só pode contar para alguém que vá entender, porque traduzida não tem o mesmo sentido. Mesma coisa com escrever.

O nosso cérebro adora ficar pregando essas peças e nos desiludindo idiomaticamente (o que quer que isso signifique…), e creio que quanto mais idiomas aprendermos, mais poliglota nossas ideias vão ficar e mais coisas estranhas vão acontecer nessa nossa cinzenta massa encefálica.

Alguém aí já passou por um problema assim?
Será que pensaram em comentar nessa outra língua que passou pela sua mente?

Enjoy! (tá aí… minha despedida é bilíngue também… HAHA)

8 Comentários

  1. RC Mondschein

    Eu fico assim. Com frequencia. Normalmente eu começo com português, passo ao inglês sem notar e aí pronto, taí uma ideia maravilhosa em inglês e que não serve em português. Diálogo então…

    http://porfavorsenhorita.blogspot.com

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    • camilaLV

      EXATO!
      hahahahah
      Tá cheio de cenas com diálogos super legais cheeios de trocadilhos que não dá pra usar… é triste isso. rsrs

      Beijos!

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  2. Biih

    Olá, Camila!
    Sou professora de Inglês, então convivo com esse problema diariamente, rs.
    Tudo perde a graça com a tradução, né? O jeito é esperar que a inspiração volte e você possa reescrever a cena de forma que ela combine com a trama.
    Beijos!

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    • camilaLV

      Olá!

      Já fui professora de inglês também, e nunca mais funciona do mesmo jeito, né? rsrs
      Ou a gente acaba até mudando a cena, e tentando encontrar algo no português que acabe encaixando a piadinha que a gente queria HAHA

      Beijos!

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  3. Lari

    Nossa, queria saber como é! Mas só de ver até frases de seriados e filmes, aí quando você vai traduzir, já não é a mesma coisa. É algo assim, parecido?
    Lembro do meu professor de inglês dizer que para ser fluente em uma língua, você tem que pensar nela. Não ver “a porta”, mas sim ver “the door”. Ou seja, desligar o português,e ir para o inglês! hahaha. Muito bacana isso.
    Po, gostei do seu blog, guria. O jeito que você escreve, de se expressar e pá. =)
    Beeijos.

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    • camilaLV

      Exatamente!
      É esse problema que acontece…
      E seu professor de inglês está completamente certo, pensar traduzindo é a pior coisa que você pode fazer com seu cérebro, rsrs, e quando você se acostuma a ver “the door” que começa a pensar nessa outra língua e quando vê está criando diálogos que só ficam legais nela :/
      Mesmo assim é bem divertido analisar… hehe

      Muito obrigada pelos elogios!!!

      Beijos!

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  4. Vinícius

    Sou bilíngue (português e inglês britânico), mas não confundo as línguas em nenhum momento. Acho que porque, mesmo também sendo autor, sou extremamente organizado com essas coisas. Eu consigo separar uma coisa da outra.

    Um beijo,
    Vinícius – Livros e Rabiscos

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    • camilaLV

      Minha mente não consegue organizar essas coisas, não… rsrs
      O cérebro pula de um idioma para outro a seu bel-prazer… do seu jeito parece mais fácil… rsrs

      Beijo,
      Camila

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