Clube da Luta – Rapidinhas #9

por | set 1, 2016 | Sem categoria

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“Sabe o velho ditado que diz que você sempre mata aquilo que ama? Bom, veja, a recíproca também é verdadeira.”

Simplesmente excelente.
(Não, eu não vou começar essa resenha com “a primeira regra do Clube da Luta é que não pode ter resenha”)

É difícil não pisar em spoilers quando o livro é adaptado pra um filme de sucesso. A gente tem a impressão (quase sempre correta) que todo mundo já conhece a história de cabo a rabo. Vou levar em consideração o fato de que 90% dos leitores dessa resenha pelo menos já ouviram falar da versão cinematográfica, então se você está afim de uma resenha sem spoilers, essa aqui não é pra você.

A narrativa flui de forma que o livro termina bem rápido. De longe percebe-se que foi um livro muito bem pensado porque as frases repetidas (sem causar exaustão) te fazem voltar mentalmente algumas paginas atrás pra pensar “poxa, era o mesmo personagem o tempo todo”. A alternância entre oração direta e indireta (de acordo com a personalidade do personagem que está acordada) também é genial. Outro ponto cativante é a atenção wallaciana aos detalhes dos componentes violentos do livro, como as armas e bombas, como se o escritor não estivesse apenas apresentando uma obra de ficção, mas realmente incitando o leitor à alguma coisa. Esse é o ponto mais alto do livro, na real: Ele é muito poderoso, muito cativante, porque ele tem razão. É um verdadeiro (detesto resenhas com essa expressão, mas vou abrir uma exceção dessa vez) tapa na nossa cara.

Não tem muito mais o que dizer na verdade. Há poucos personagens e todos eles são otimamente trabalhados. O viés filosófico de Clube da luta é maravilhoso e ao mesmo tempo assustador, capaz de deixar qualquer um desconfortável, e também extremamente perigoso. Bem-humoradamente niilista. O plot twist é um dos mais intensos plot twists de acordo com a Revista Os Mais Intensos Plot Twists. 

Destaque pra essa edição show de bola da Leya com essa capa ótima e um tratamento interno perfeito, sem contar o preço.

Por fim, o livro tem uma pegada meio depressiva e muito, muito crua que decepciona algumas pessoas (felizmente tem um monte de livros da Jojo Moyes pra essa galera), o que me faz gostar ainda mais dele. Raramente um livro me deixa com tanta vontade de escrever sobre ele, e esse é um dos motivos pelos quais ele alcançou 8,5 no meu medidor, mesmo eu passando horas e horas em depressiva  e exaustiva reflexão*, debatendo-me com a ideia de que ele merecia um 8,75. Mas vai fechar no 8,5 mesmo.

Ah, não esquece de dar uma conferida na resenha da Camilinha.

8,5

Saiba mais no Skoob
Clube da Luta – Chuck Palahniuk
270 páginas – Leya

*Na verdade uns 20 minutos.

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